Malandrinha da Calunga e Malandrinha do Cemitério

Todos que estudam sobre umbanda, sabem das diferenças entre as "Calungas", calunga grande significa o "mar", pois tem muitos desencarnes no Mar, e calunga pequena o cemitério, isso diferencia um pouco essas duas entidades, a forma que a entidade explica também. Caso a Malandrinha da Calunga diga apenas Calunga, ela será de um agrupamento, ou seja, os Malandros que trabalham com essa energia, mas não necessariamente no mar, apenas com a questão simbólica. Caso a entidade diga que se relaciona as "almas", calunga pequena, cruzeiro, ou afins, ela logicamente estará ligada ao cemitério. Aí serão iguais, apenas as entidades quiseram dizer os nomes diferentes. É importante ser esclarecido para os médiuns, para desfazer confusões e entender o trabalho daquela entidade.

Caso seja referente a Calunga (Grande), ela será parecida com Malandrinhas do Cais, Beira do Cais, terá roupagem fluídica de "nova", é normalmente mais faceira. Tudo depende da explicação descrita acima. A partir disso também poderei escrever melhor sobre essa "Malandrinha da Calunga".

Malandrinha do Cemitério

Essa entidade não é de brincar, é muito centrada no seu trabalho, aprontou muito quando era encarnada, se envolveu com pessoas levianas e de baixo calão, por isso hoje tem um caráter disciplinador com suas médiuns e com os assistidos, gosta que as coisas estejam em seus lugares, sendo muito rigorosa com as leis divinas, torna - se implacável com os sinais de deboche sobre seu trabalho. Pede muito respeito ao tratar de suas coisas, no terreiro de umbanda é focada em auxiliar os que lhe pedem ajuda, mas apesar da roupagem fluídica, não tem muita paciência para brincadeiras, sempre teve uma personalidade "forte", alguns até lhe chamavam de "turrona", isso é uma forte característica nas suas médiuns, que podem ser pessoas que aos olhos dos outros parecem "agressivas", mas no fundo é a força de suas personalidades, o pulsar de suas palavras e o desejo profundo de ter respeito. 

"Dou um boi para não entrar numa briga, mas dou uma boiada para não sair ." É um provérbio muito parecido com essas mulheres, a médium dessa Malandra se torna forte após certas magoas, e ninguém consegue "derruba-la" facilmente.

Não trabalha com muitas Malandras, trabalha com alguns Malandros, realizando resgates, proteção, defesas, orientação, doutrinação e principalmente reequilíbrios das pessoas nas questões de saúde mental. Pode eventualmente trabalhar para negócios, empregos e correntes de cura.

Teve uma vida muito conturbada, não sendo fácil contar a vida pregressa, seja para mim, seja para a médium, mas ao se recuperar, nunca mais quis voltar atrás. "Desde pequena relacionou-se com pessoas de má índole, o que fez crescer essa personalidade que o povo chama de "briguenta", incompreendida muitas vezes, também tentou "devolver" a vida aquilo que recebeu, por isso aparece essa questão de aprontar, aprontar no sentido escuso, frio, cruel, coisas que ela nunca encontrou na umbanda, por isso tem a religião como o abraço que faltou. E por isso ela e muitas outras Malandras são companheiras de suas médiuns, um laço de gratidão a espiritualidade por fornecer novas oportunidades." (Da própria).

Características:

Indumentária: Preto, branco e poucos tons de vermelho. Gosta de calças, saias com pouca roda, blusas listradas, camisas de botão, ternos femininos e chapéus de boa qualidade, em geral sem muitos enfeites, brilhos, etc.

Fumo: Cigarro filtro vermelho, charutos e charutinhos.

Bebidas: Cerveja branca, cachaça, cachaça com mel, rum, conhaque, Whisky, entre outros.

Comidas: Sardinhas fritas no dendê, azeitonas, batata calabresa, cebola, salame temperado com limão, pimentas, farofas de dendê (raramente).

Fundamentos: Baralhos (verso preto), dados brancos, cruz, terços, chaves, panelas de ferro, punhais, dendê, velas de cera, velas preta e branca, caveiras simbólicas, entre outras coisas.

Espero que vocês tenham gostado !

Salve a Malandrinha do Cemitério!

Salve a Malandragem !

Axé !

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