Malandra Maria Navalha do Cabaré da Lapa - Texto do Antônio:
Depois de uns anos, alguns dos meus seguidores, amigos e alunos começaram a receber intuições, orientações e até trechos de histórias de seus Malandros e Malandras. A história que irei postar hoje, é da autoria do Antonio Reinaldo (Também conhecido como Din na Capoeira). Ele escreveu, me mandou há muito tempo e agora resgatei o texto dele, fiz pequenas correções, mas não tirei nenhuma palavra. O texto obviamente se refere a Malandra que o acompanha, não devendo ser generalizado ou copiado sem autorização, assim como todos os textos desta página. Espero que vocês gostem, pode ser que um dia eu escreva sobre essa Malandra, conforme as minhas vivências, mas espero que o depoimento do Antonio sobre sua fé em Maria Navalha também "atravesse" o coração de vocês. Axé e um abraço.
Malandra Maria Navalha do Cabaré da Lapa, autoria de Antonio Reinaldo (Din):
Bom pessoal. Hoje senti a necessidade de falar sobre a entidade que me guarda. Muitos a chamam de Maria Navalha da Lapa ou Maria Navalha do Cabaré. Pois bem, para mim ela se apresentou como Maria Navalha do Cabaré da Lapa. Quando se trata de Maria Navalha, surgem muitas dúvidas, de ser pombo gira ou malandra, se veste saia ou calça, sendo que cada uma dessas entidades é de uma pessoa diferente. Pois bem, irei falar dessa entidade tão maravilhosa que é Maria Navalha do Cabaré da Lapa (lembrando que outra entidades desta falange podem ter hábitos diferentes).
Bom, a minha é Pombogira ou Malandra?
Ela é Malandra sim senhor.
Ela usa saia e não é pombogira.
Ela já foi mulher da vida sim, também trabalha com Dona Padilha. Mas não é por isso que ela passa a ser uma pombogira. Num pequeno debate em uma página no facebook foi feita a seguinte pergunta:
“Na sua opinião por que Navalha geralmente não usa saia?”
Bom pessoal, pedi a ela que me intuísse uma resposta para isso. E a seguinte resposta apareceu: “Maria Navalha do Cabaré da Lapa por exemplo, ela não usa calças, e não é uma pombogira. Sim, no tempo do Rio de Janeiro jogava muita capoeira, e jogava pra matar, não pra dançar, e era respeitada por muitos bambas ali. Ela carregava algumas navalhas com ela, assim quando precisava abrir a ginga, poderia puxar a navalha com mais facilidade. "E muitos pontos falam dela usando saia."
Ela tinha sua fama de perigosa, mas também tinha sua beleza e seu encanto de mulher. Em relação a capoeira, a saia até a ajudou muitas vezes, pois seus “coices (golpes) “, que vinham disfarçados nos rodopio da saia. Claro que por vez ou outra já usou calças, mas sua fama de "Maria Homem" não se dava por isso, se dava por brigar como um. Ela sempre foi temida e respeitada por seus “coices (golpes)” e sua navalha. Mas nunca esqueçamos. Ela é malandra, Ela é mulher. Axé a Todos.
"♪. Mulher de Malandro tem nome, e se conhece pela Saia. Vara Curta e Onça brava, ela é Maria Navalha. ♪." “♪ Malandro de Saia, Malandro mulher, para alguns ela é Maria, pra outros Navalha é.”
Nunca tive dúvidas sobre a força dela. Mas confesso que tinha dúvidas quanto ao nome, se Maria Navalha do Cabaré ou se era Maria Navalha da Lapa. Mas ela sempre me manteve seu nome de Malandra Maria Navalha do Cabaré da Lapa. Então pesquisei e achei pontos que mencionam muito isso. Por exemplo:
“♪Na Lapa foi no cabaré da lapa Na lapa que malandra se criou Na lapa foi no cabaré da lapa Que ela conheceu seu grande amor ♪”
“Eu nasci na rua Eu vivi na Lapa. Trabalhei de bar em bar Nunca ganhei nada de graça, Me chamo Maria Navalha.”
“Ela Traz No Peito Uma Navalha, Na Mão Uma Garrafa De Cerveja, Para Ela Beber, Ela É Malandra, Ela Gosta Do Perigo, Nos Cabarés Da Lapa, Ninguém Se Mete Com Você. Mas Cuidado Com Ela, Pois Ela Te Corta E Ninguém Vê. Ela É mulher, ela è Navalha.”
“Cabaré na lapa. Fica até de madrugada Maria Navalha espera o dia clarear.” Malandro é Malandro, Mané é Mané, Eu sou Maria Navalha, Rainha do Cabaré”
Ela não gosta de trabalhar pra atrasar as coisas, amarração, puxada de tapete não existe pra ela não. Só a procure para fazer o bem ao próximo. Ela trabalha para Deus do céu, e afirma, ande sempre com ele, tenha ele sempre. Em vida, por vez outra, participava das missas do Padre bento.
Agradeço a Deus por ter me dado uma guia tão maravilhosa e amiga. Ela está sempre comigo. Puxa minha orelha quando é preciso, mas sempre guia e me protege. Uma certa vez, um moço carregado de más intenções, me confundiu com um desafeto, com um desamor dele. O moço me sacou uma arma de fogo, logo senti ela com toda sua força ali do meu lado. Acreditem ou não, o moço mesmo com a arma, estava paralisado por medo. Ele apenas guardou sua arma, olhou para seu comparsa, e ficaram se olhando de boca aberta. Eu sai ileso da maldade deles.
Agradeço a ela sempre, por sempre estar ao meu lado.
Salve Maria Navalha do Cabaré da Lapa.
Salve a Malandragem.
(Imagem meramente ilustrativa)
Respeitem os direitos autorais.
