As Faces de Seu Zé Pelintra e suas Formas de Atuação :
Esse texto será básico, objetivo e apesar de muitos ensinarem de forma diferente, eu estou escrevendo do jeito que aprendi. Eu venho mudando de pensamentos e acho que alguns textos precisam de revisão, por isso estou apagando, e as vezes reescrevendo. Também observo que muito do ensinamento que trago é inédito em outros terreiros, ás vezes mal visto, então nem sempre vou pôr de forma completa ou como ensino no meu pequeno terreiro. Oriento vocês a perguntarem seus Zeladores, pedirem cursos gratuitos no Terreiro, esclarecimentos, aulas, apostilas e estudos segundo a própria raiz. No mais, espero que gostem, especialmente o seguidor que me pediu. Axé.
Seu Zé Pelintra no Catimbó :
O primeiro não acosta em ninguém.
O agrupamento preserva seu nome e tradições.
Eles são encantados, não morreram, encantaram - se. Tem ligação com alguns reinos encantados, incluindo a Jurema.
Não incorporam, acostam - se nos catimbozeiros praticantes. Podem vir na jurema de chão (Mestre Catimbozeiro) ou na Jurema de Mesa (Mestre Curandeiro). Estes se diferenciam no processo de acostamento e forma de trabalhar. Exemplo : Curas / Demandas. Não vem sem fundamentos da jurema, ritual próprio.
As Bebidas e Comidas são ligadas ao culto.
Gosta de cachimbo, terços, ervas, maracás, figas, chaves e da bengala de Mestre. Tem assentamento na Jurema com fundamentos próprios.
Também existem homens que foram juremeiros em outras vidas, mas não se tornaram Mestres, esses são os mais comuns de manifestarem - se em casas que não cultuam Jurema. Poderão dizer que são Zé Pelintra do Catimbó /Zé Pelintra juremeiro, mas terão as falanges da umbanda (Alguns exemplos : Zé das Almas, Zé da Calunga) e influências do catimbó. Isso pode ser esclarecido com desenvolvimento, varia por casa.
Zé Pelintra na Macumba Carioca - Inicio das incorporações no Rj. Esse é o Zé Pelintra que no meu Terreiro chamamos de Malandro Urbano. Um espirito que teve encarnação no RJ, diferente do outro que não saiu das regiões em que tinha culto e que foi iniciado. Também pode representar o homem que veio do Nordeste para o Rio de Janeiro. É praticamente o chefe de outro agrupamento espiritual formado por Malandros urbanos. Incorporava em periferias, Morros, quintais, etc. Quando a Umbanda não era organizada no plano terrestre.
Zé Pelintra no Candomblé traçado, que cultua entidades - É associado aos Exus e Pombagiras, é aglutinado por afinidades, forma de trabalho. Os três atuam como proteção das porteiras. Pela associação, e por conta de candomblecistas sacrificarem animais para divindades, ao longo dos anos os adeptos começaram a dar ejé (sangue) para Seu Zé, assim como os outros guardiões e chama - lo de Exu. Depois de anos fizeram "ferros" ,
Assentamentos e quase sempre fica na casa de Exus.
Zé Pelintra no Candomblé "puro" - O culto as entidades não existe, apenas o culto das Divindades, incluindo o Exu Orixá (Assentamento de barro, búzios, afoxés, entre outros) e a aos ancestrais (Algumas casas - Babá Egun).
Zé Pelintra na Quimbanda Independente - É associado ao Reino da Lira, um dos reinos de Exu, trabalha com Exu Lúcifer e Maria Padilha. Frequentemente é chamado de Exu, tem assentamentos mesclando ferros e baralhos. Associa - se a jogos, dança, boêmia e a música (Lira). É chamado de Zé Pelintra Quimbandeiro (aquele que pertence a Quimbanda).
Zé Pelintra nas Umbandas -
Malandro - Trabalha em Linha própria ou em outras linhas. É muito parecido com o Malandro urbano, mas pode trazer influências do catimbó, varia muito na forma de trabalho e tem instrumentos diversos.
Não costuma receber ejé, prefere petiscos, comidas de bar e comidas comuns (Simplicidade).
Pode receber ordens de todos os Orixás de Umbanda, não apenas de Ogum e Oxalá, como citam alguns autores.
Fundamentos com chapéus , cerveja branca, garrafas, dados, baralhos, palitos, dominós, punhais, navalhas, bengala, terços, cravos e muitas outras coisas.
Os Assentamentos são com Imagens e Fundamentos de Umbanda (Varia por entidade e terreiros).
Sua imagem transita de acordo com a raiz da casa, forma de atuação e orientações da entidade. Mas é colocado em entradas, casas próprias, cantinhos da Malandragem, casas de Exu, etc.
Tem colônia espiritual própria, junto com outros Malandros e Malandras, subdividas por Falanges.
Exemplo : Seu Zé Pelintra do Morro, fica num lugar no plano astral semelhante a um Morro, mas não exatamente como um Morro do Plano terrestre.
Baiano - é mais comum em São Paulo, muito raro de ser visto em outros estados. Tem associação com o catimbó. É quase sempre de origem nordestina. Prefere chapéus e cigarros de palha, comidas nordestinas, batida de coco, etc. Por trabalhar em uma linha da direita, costumam colocar sua imagem no congá.
Muitas pessoas consideram alguns intercruzamentos como subtipos, eu vejo apenas como intercruzamentos, um trabalho de alguns espíritos que tem como roupagem perispiritual Zé Pelintra. Existem pessoas que acreditam diferente, como se ele pertencesse as linhas que vou citar. Cada terreiro deve tirar suas próprias conclusões.
Boiadeiro / Preto velho / Marinheiro = São rarissimos os que tem autorização para incorporar nessas Linhas por conta de alta evolução. Eu nomeio como trabalho intercruzado, já outros vão dizer que eles realmente são dessas linhas e não da Malandragem. Eles tem essência, aval e transição por entre inúmeras linhas. Não "residem" em Aruanda, mas tem plenas condições de entrar, sair e tratar com pretos velhos, marujos, caboclos de pena e caboclos de couro. Poucos irão assumir o nome espiritual "Zé Pelintra" , varia por terreiro. No meu terreiro inexistem tais roupagens. Mas respeito quem cultua assim.
Exemplos de como cultuo : Malandro Zé Pelintra trabalhou intercruzado com Boiadeiros hoje, retirando demandas. Mas continua sendo um Malandro.
Os nomes Boiadeiro Zé Pelintra , Marinheiro Zé Pelintra e Preto Velho Zé Pelintra são recentes na Umbanda, eu não conheço absolutamente nada além do que já escrevi. Oriento mais pesquisas em terreiros que as entidades dão tais nomes.
Esse texto assim como outros, não esta autorizado para cópias, sejam parciais ou integrais, sem expressa (prévia) autorização da autora.
Plágio é crime.
Respeitem os direitos autorais.
Obs: O texto é sobre as múltiplas casas que cultuam essa energia, não me cabe apontar acertos ou erros, porque minha verdade sempre será a mentira de alguém, e vice versa. Leiam como quiserem, mas busquem doutrina de terreiro. Umbanda se aprende lá, com mais velho e entidade da casa.
E caso você não se sinta bem, como o seu Zé esteja sendo cultuado, procure sem medo outro terreiro, use seu livre arbítrio.
Axé.