As Faces de Maria Navalha (Resumo):
Maria Navalha.
Primeira Maria Navalha - Catimbozeira Nordestina. Mulher pobre, sofredora, conhecedora dos problemas de amor.
Alguns Fundamentos: Abertura de sessão de catimbó. Rezas antigas. Segredos de jurema. Ervas. Curas. Maracas. Jurema (bebida). Terços. É a Mestra dos encantos do Nordeste.
Não tem falange, associada aos reinos de encanto e senhores mestres.
Segunda Maria Navalha - Pombagira rara nos terreiros de umbanda. Séria. Roupas simples. Vermelho. Conhecedora do sofrimento humano, resgate das pessoas com doenças da "alma". Alento dos pobres. Senhora de si mesma, é a comadre feiticeira.
Alguns Fundamentos : Punhais, olho de Exu, garra de pombagira, saia rodada, cigarrilhas, panelas de ferro, taças, anis, champanhe, gargalhadas altas, leque, tridentes, arreia com os dois joelhos no chão, mãos nas cadeiras.
Falanges: cabaré, catacumbas, calunga, Cruzeiro, almas, estrada, encruzilhada, Cais.
Terceira Maria Navalha - Malandra de umbanda. Lutou muito para ser recebida e cuidada corretamente nos terreiros. Alterna no humor. Tem forte personalidade. Defensora das mulheres. Independente. Sem papas na língua. Não existe meio termo. É tida como madrinha por alguns umbandistas.
Alguns fundamentos: Chapéu, calça, saia, cerveja, cachaça, baralhos, dados, copos de bar, tulipas, taças, flores no chapéu, navalhas, punhais, risadas, samba, cair com joelho flexionado.
Falanges : Lapa, Cais, Morro, estrada, encruzilhada, Cruzeiro, Almas, cabaré, calunga.
Quarta Maria Navalha - Baiana da Linha dos Nordestinos da Umbanda, tem influência do catimbó, matriarca, palavra honrada, quebra demanda, perseverança.
Alguns fundamentos: pano da cabeça, pano da Costa, roupa de chita, facão, peixeira, balaio, coquinho, cachaça com mel, fitas do senhor do Bonfim, Coco seco, Coco verde, água de Coco, ervas, pimentas, colares.
Algumas Falanges (agrupamentos) : Maria Navalha de Alagoas, Maria Navalha da Bahia, Maria Navalha de Sergipe.
Maria Navalha tem uma história.
Marias Navalhas tem muitas histórias.
Marias que no fundo tem um pouco de cada um de nós.
Maria nascida na caatinga, no interior, no Morro, no subúrbio, no hospital, pelas mãos da parteira, no meio de um temporal.
Maria Navalha está aí pra te ajudar, dando a mão, esporro, abraço, chapéu ou chamando pra sambar.
Se fé nela você tiver, meio caminho andado, mantém tua honra, e seu corpo estará fechado.
Salve as Marias ! Salve Maria Navalha ! Salve todas as Malandras!
Salve a Malandragem!
Autoria: Priscila de Iemanjá.
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