Interpretação do Ponto Cantado "Homenagem a Maria Navalha":
"Ela traz uma navalha, que corta o mal e a injustiça.
Protegida de Zé Pelintra, Maria Navalha não brinca.
Caminhou de rua em rua, em busca de moradia.
Foi na beira do cais, que conheceu a boêmia .
Ela é de Laroiê, ela é de Mojubá.
Ela é Maria Navalha, que vem aqui ajudar.
Laroiê Laroiê.
Ela é mulher de fé, Laroiê
Foi na madrugada, que a Navalha deu a sua gargalhada.
Trabalhava na madrugada, trabalhava lá no cais.
Maria Navalha da Calunga, faz o que você não faz.
Foi na subida de uma serra, que eu a vi trabalhar.
Junto com Zé Pelintra, para todo o mal levar.
Ela é uma Malandra de fé, ela é uma Malandra de luz.
Ela é Maria Navalha, que não teme a mal nenhum."
A Malandra Maria Navalha da Calunga é uma mulher de muitos mistérios, nesse ponto eternizado pela interpretação do Léo batuque, e com a composição primorosa da Rhayza Araujo vemos alguns segredos de Maria revelados.
Temos a sua simbólica, diretiva e certeira navalha, seu instrumento de trabalho, sua representação máxima de destreza e habilidade.
Seu trabalho de contra ponto, parceria espiritual e complementação com os Malandros, explicitados todos em apenas um Zé Pelintra. E o próprio chefe de falange que não mediuniza, mas auxiliou na ordenação da primeira Malandra Maria Navalha. A chefe das Malandras na Umbanda.
Temos um pouco da vida encarnada dessa Maria, que antes de ser chamada de Maria Navalha, trabalhou no cais, conheceu as maldades do mundo, porém, conheceu a boêmia, a noite e os mistérios que cercam esse lugar. Bem como sua atuação no mesmo, durante sua vida encarnada ou como um fundamento no plano espiritual. Depois vemos essa mulher partir do mundo físico e se fundamentar, como potência transformadora. Trabalhando na esquerda (Ela é de Laroiê, ela é de mojuba). Sendo a Malandra que é.
Baixando na "macumba" dando gargalhada que só ela, com força, beleza, consciência do próprio corpo e da sua função energética no terreiro.
"Ela faz o que você não faz". Ela tem o poder de mudar a vida pessoas, uma luta incessante pelo bem, pelo caminho da evolução. Ela está a nossa frente, ela é uma entidade de amor e luz.
Ela trabalha na subida de uma serra (terra de Ganga/ Nganga - Quimbundo, feiticeiro, lugar de feitiçaria), no Cais (Malandragem), na madrugada faz suas magias.
Junto com seu Zé Pelintra, essa Malandra, assim como outras só faz direcionar caminhos e ressignificar nossas vidas, todos os dias...
Axé de Maria.
Créditos:
Texto e livre interpretação do Ponto cantado : Priscila de Iemanjá. Não copiem o texto sem autorização expressa da autora. Plágio é crime.
Canção: Rhayza Araújo. (Festival de Cuiabá).
Imagem: Axé Design / Artista : Well Martt (Tela assinada). Respeitem os direitos autorais. Todos os direitos reservados.