Linha de Malandras na Umbanda:

Certa vez eu escrevi um texto baseado em outros que eu tinha lido na internet. Eu li que Maria Navalha era uma pombagira brasileira, nascida no Rio de Janeiro e que ia nas macumbas quando era viva. Eu realmente achei que aquela era uma verdade absoluta, e como médium rebelde que eu era, fiz o texto de Malandras surgindo nos anos 50.
A questão hoje, depois de muito estudo, disciplina, ordenamento e ouvir a minha Malandra, é que aquele texto não faz mais sentido. Primeiro porque o autor se referia a uma face de Maria Navalha, e ele falava de um determinado período, que não podemos saber qual, segundo que aquele texto foi minha base até eu compreender o que a Navalha realmente queria. Eu leio muita coisa por aí sobre malandragem, a linha realmente cresceu, mas hoje em dia ninguém quer saber profundamente do Malandro de um médium lá no fundo do quintal, o povo quer inventar histórias para ganhar dinheiro. E ganhar dinheiro não é ruim, todos precisamos e prosperidade é algo muito bom, mas eu me debruço sobre histórias há muitos anos, histórias que podem ou não virar livro, fundamentos que podem ou não virar curso. Mas isso não tem haver com dinheiro para mim, tem haver com algo que amo fazer, estudar e compreender, acho que os médiuns merecem isso, acho que acima de tudo, entidades merecem ser ouvidas e respeitadas. Cada entidade tem um fundamento, eu não posso falar pra uma Malandra trabalhar com perfume, porque ela pode querer trabalhar com ervas, eu ajudo as pessoas nisso, a seguir exatamente o que a entidade séria quer para exercer seu trabalho espiritual com dignidade. Os médiuns muitas vezes precisam apenas de auxilio, compreensão, se reconectar com suas entidades, sem necessariamente eu pedir uma fortuna para ajudar ambos. Voltando as Malandras, não, elas não nasceram nos anos 50. Ninguém tem real noção e documentos comprobatórios da primeira Maria Navalha, e muito antes dela se apresentar como pombagira, baiana ou Malandra, mulheres de respeito já cultuavam dentro do Mato, as senhoras juremeiras, as mestras, as sábias da encantaria. Lá no pé da jurema já existiam mulheres muito fortes, guerreiras, de personalidade intensa e determinismo. Esses mistérios são coisas que aprendo todos os dias, e olha que já são 9 anos estudando só sobre essa linha, eu me dedico de corpo e alma. Eu não paro de aprender um dia sequer, por isso os textos passados estão defasados, já que hoje eu aprendo diretamente com as entidades e aos poucos repasso para vocês. À todas as mulheres que estão há séculos na luta, com rezas, garra e humildade, eu dedico minha fé, a essas que também são minhas ancestrais, minha gratidão. 

"Nunca deixe ninguém humilhar você, nunca deixe ninguém te desmerecer, muitas pessoas irão passar por sua vida, muitas tentarão lhe seduzir, o dinheiro pra elas vale mais que sua honra, então se valorize e não caia em armadilhas, nas falsas ilusões. Antes de tudo confie nas suas entidades, pois é nelas que tem a verdade de nobres corações." Canalização de Maria Navalha. 

Autoria: Priscila de Iemanjá.

Postagens mais visitadas deste blog

Falange Camisa Preta e Malandro Miguel (Miguelzinho):

Pontos Cantados na Umbanda ao Seu Zé Pelintra e ao Povo da Malandragem :

Malandro das 7 Encruzilhadas