Malandras de Umbanda:
Olá amigos seguidores, hoje quero falar sobre Malandras, as guardiãs da Malandragem, as damas da boêmia, as Rainhas do Baralho, as senhoras de si mesmas, esclarecendo péssimas e errôneas referências sobre elas, a partir de uma minoria que as associa : a libertinagem, a vulgaridade e o desrespeito.
Infelizmente as pessoas estão sem limites quando se trata de entidades de umbanda, em suas fantasias criam modelos inexistentes na espiritualidade. Certa vez, uma seguidora me disse que sua Malandra se chamava fulana pir...(Leia um palavrão aqui). Creio que devido a desinformação, falta de manejo, estudo aprofundado sobre a Malandragem, faz as pessoas acreditarem que Malandras são vulgares, sendo totalmente o contrário do que acredito, estudo e analiso durante uma década de pesquisas sobre a Linha.
As Senhoras da Boêmia atuam como nossas guardiãs, tanto quanto as conhecidas "comadres" ou Pombagiras de Lei na Umbanda Sagrada, ambas as linhagens femininas, tem em seu contexto energético, o emponderamento, fortalecimento da auto estima e principalmente resgates ancestrais com seus médiuns.
O trabalho de uma Malandra nunca poderia ser atrelado a libertinagem desenfreada ou coisas mundanas, como algumas pessoas erroneamente tentam fazer. O desenvolvimento das senhoras da Malandragem é complexo, diretivo, imponente, são mulheres que priorizam a liberdade de seu trabalho, mas principalmente a liberdade de nossos vícios.
Essas mesmas, que algumas pessoas associam a negatividade, a baixeza, a insensatez, a inconsequência, trabalham no inverso dessas posições, trazem coragem para as pessoas, humildade, desapego de bens materiais, valorização de si, do que se tem, da saúde em dia, dos braços para "correr atrás" dos objetivos, sem deixar de lado a alegria. Porque de raiva, tristeza, humilhação, mágoa ou dor, o mundo já está cheio.
Eu não enxergo essas falsas personagens criadas por alguns, a tal da Malandra que só vocifera o mal, a tal da Malandrinha que só fala de morte, inimizades, desafetos do seu médium ou mesmo a Dona Malandra que exige caixas de cerveja a perder de vista, ouro e roupas caríssimas, não se importando se o devoto tem o que comer.
Muito antes da invenção das pessoas, com seus exageros mediúnicos e falta de doutrina, eu já enxergava o quanto essa Linha, principalmente essas Mulheres poderiam ter seus nomes deturpados.
É imprescindível trazer clareza para as pessoas:
Malandra é defesa, não é fofoqueira.
Malandra é sensual, mas não sexualizada.
Malandra é amorosa com os que lhe tem fé, devolvendo o carinho aos encarnados, com abraço, sorriso, samba, ginga e fazendo os olhos de sua médium brilharem quando mediuniza.
Malandra pode te abraçar, mas não vai te desrespeitar.
Malandra vai pedir álcool ou fumo para trabalhar, limpa, energiza, fortalece, purifica. Não tem sentido se embebedar, não faz o menor sentido beber excessivamente no ambiente espiritual, Terreiro não é boate.
Malandros e Malandras podem ter tido vidas juntos, mas isso não significará muito em relação a proximidade no terreiro. Um abraço, uma troca de olhares, um trabalho de limpeza, coordenar o auxílio as pessoas. Nada além disso, porque não podemos esquecer, entidade de umbanda "nasce", ou seja, se fundamenta, para ajudar a eles mesmos e a nós, eles dão um rumo, um sopro (intuições), conselhos, disciplina, afago, acolhimento e paz.
É pra isso que entidade de umbanda "serve".
Espero que vocês tenham gostado.
Levem a mensagem para outras pessoas, alertem os filhos de fé, expliquem aos filhos de pemba.
Malandras não são vulgares, são senhoras da arte da Malandragem, ou seja, mulheres que aprenderam a sobreviver.
E elas vão te ensinar ! Sobreviva !
Axé de Maria! ♥️⚜
Autoria: Priscila de Iemanjá - Administradora do Blog Malandros e Malandras.
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