Malandros e Malandras

"Seu Zé Pelintra aonde é que o senhor mora ? Seu Zé Pelintra aonde é sua morada ? Eu não posso lhe dizer, porque você não vai me compreender. Eu nasci no juremá, minha morada é bem pertinho de Oxalá. " "Seu Zé que pode entrar no Reino de encanto, cidade da jurema, juremá caboclo, do filho do sertão, retirante batalhador.  Seu Zé que pode botar bananeira a baixo, no mistério da figueira e passar nas encruzilhadas da vida para firmar ponto junto a exu. Seu Zé que dá nó na madeira, vadeia na Ribeira, pula cruzado no samba de roda e deixa sempre recado. Seu Zé que atende recado, com vela acesa, prato ou banquete, com fé do devoto, até dentro do Mato. Seu Zé que permeia estradas, barracos, casas, lares e palácios. Que faz feitiço de noite, cura de dia, que aponta sobre as ciladas, livrando das almas perdidas. Seu Zé que é respeitado pelos anciãos de Aruanda, pelos que pisam em pedrinhas miudinhas, por aqueles que laçam "bois" nefas...

" Malandra malandrinha, Da cor brasileirinha, O seu gingado me enfeitiçou." Entidade feminina da Linha da Malandragem, cujo o grupo tem em sua maioria mulheres com vidas passadas no Brasil. Tem feições naturais do Brasil, é negra e tem orgulho do seu lugar. O seu "gingado" faz parte de seus fundamentos, seja nos vários tipos de samba, capoeira, danças populares variadas. Enfeitiça justamente por ser fundamento, sua atribuição, sua magia e encanto. Também enfeitiça por conta da beleza. Faz magias enquanto samba, enquanto ginga ou dá rasteira. "Quando ginga as cadeiras essa morena faceira, alivia minha dor." A magia da malandra ao chegar no terreiro, seu mistério e poder, força suficiente para não só alegrar os presentes, limpar astralmente, encantar sem que percebam, mas principalmente trazer alívio aos que perecem. "Ela tem força na magia e não é de brincadeira. Desafia feiticeiro, e bota fogo no paiol. A morena juremeira derrub...

Orixá da terra, senhor dos mistérios da morte, protetor das doenças, cautela, silêncio, vitalidade, guerreiro, dominador, febre, profundidade, cura. No mês de agosto a maioria dos umbandistas fazem homenagens ao Orixá da terra, senhor Obaluaiê. Também é comum irmãos candomblecistas da nação ketu fazerem a festa tradicional chamado "Olubajé". Obaluaiê pode literalmente ser traduzido como "Rei (Oba) da terra (aiê)." Aqui estamos falando de um ancestral divinizado pelo povo yoruba que detém os mistérios e poderes sobre o lugar ao qual estamos pisando. Mas o que isso tem haver com a Malandragem de umbanda? Esse orixá rege alguns malandros e malandras, os agrupamentos mais sérios, com trabalhos intensos de resgate, proteção, guarda, vigília e sentinelas (sombras). Muitas vezes associado aos agrupamentos da Calunga pequena (cemitérios), Almas e Cruzeiro, esse orixá pode reger entidades de outros grupos, mas em geral sua influência é sobre os acima citados. El...

  Olá queridos amigos seguidores, uma seguidora muito querida que também se chama Priscila me pediu a interpretação do Ponto "Mulher, mulher". Esse ponto é muito conhecido por todos nós, ele também é muito antigo. Eu o conheço por na minha casa escutarmos ele por conta do Zé da minha mãe carnal. Esse ponto tem como uma possível primeira gravação pela Tenda de Umbanda Caboclo Folha Verde e Zé Pelintra, comandada por pai Bené de Ogum e o curimbeiro que canta seria um filho da casa chamado Ananias. Eu não tenho plena certeza se a composição é desse terreiro, mas tudo indica que sim. O cd inclusive tem pontos dedicados exclusivamente ao seu Zé Pelintra, com fundamentos ocultos, místicos e antigos. Me lembrou bastante os lírios dos mestres de catimbó, ainda que a casa seja referida com umbanda. Os lírios são cantigas e orações, são mistérios dos mestres, com grande poder e dotados da magistica contida no catimbó,  referência aos reinos e ao encanto. Também tem os segre...